Rogério Balassiano

jan 31 2024

A SAP anunciou, em 2019, o encerramento do suporte às aplicações da versão anterior, o SAP ECC, que precedeu o S/4HANA, lançado em 2015. Recentemente, o prazo para essa transição foi estendido de 2027 para 2030 (Manutenção Estendida).

A falta de suporte direto da fabricante implica na indisponibilidade de novas versões do software, atualizações tecnológicas, orientações técnicas especializadas, pacotes de correção, adaptação de funcionalidades, e outros recursos.

Pesquisa Gartner indicou que, até o final de 2023, aproximadamente 33% dos clientes do ECC haviam comprado ou assinado licenças para iniciar sua transição para o S/4HANA. Foram cerca de 22.400 vendas para clientes, sendo aproximadamente 48% de novos clientes líquidos.

O RISE with SAP representou 67% dos acordos de vendas do SAP S/4HANA assinados em 2023, com 82% relacionados a empresas com receita anual inferior a US$5 bilhões. A Gartner estima que, desde seu lançamento no mercado, o SAP S/4HANA Cloud, edição pública, foi adotado por um pouco mais de 1.000 clientes.

Esta necessidade de transição afeta inúmeras empresas globalmente, exigindo um planejamento cuidadoso devido à sua complexidade técnica e impacto financeiro. Gestores de TI enfrentam o desafio de justificar a necessidade de novos investimentos em sistemas SAP sem a promessa de melhorias fundamentais. Departamentos financeiros não costumam manifestar entusiasmo em proceder a gastos consideráveis com a finalidade única de manter o sistema funcionando.

Além do término do suporte, a decisão de transição deve, contudo, considerar os diversos benefícios da plataforma digital, como a integração de inovações e a adoção de novas tecnologias, como modelos de dados simplificados, IA, IoT, automação, Machine Learning, análises preditivas, entre outras. Essas características visam tornar as organizações mais eficientes e competitivas.

Ao optar pela transição para o S/4HANA, os gestores de TI enfrentam a segunda incerteza significativa, não menos importante: como realizar a migração sem impactar negativamente nos processos e no funcionamento do negócio?

Os desafios comuns na migração para a nuvem e na adoção do SAP S/4HANA incluem a falta de conhecimento específico em ambientes de nuvem, a complexidade da transformação dos processos de negócios e a necessidade de alinhamento estratégico com o parceiro de suporte.

Pesquisas recentes corroboram essa perspectiva. De acordo com o Gartner (2022), aproximadamente 70% das empresas enfrentam desafios significativos durante a migração para a nuvem devido à falta de conhecimento específico e alinhamento estratégico com o parceiro de AMS. Estudo da IDC (2023) indica que uma migração bem-sucedida para o SAP S/4HANA pode aumentar a eficiência operacional das empresas em até 30%.

A decisão de adotar o sistema S/4HANA representa um grande avanço na jornada de transformação digital das empresas. Existem diferentes abordagens para percorrer esse caminho, sendo as principais a conversão, na qual toda a base de dados e customizações do SAP atual (brownfield) é convertida para o S/4HANA, e a migração (greenfield), que consiste em uma implementação do zero.

É essencial que as empresas não deixem para a última hora a decisão sobre a transição do SAP ECC para o S/4HANA. Com a adoção de tecnologias avançadas, como Machine Learning, nuvem, IA e funções analíticas mais avançadas, a migração auxilia as empresas a se tornarem mais ágeis e competitivas. Com a proximidade da data limite do fim do suporte, há o risco de falta de mão de obra qualificada disponível, o que pode resultar em projetos mais dispendiosos.

Benefícios da Migração para a Nuvem:

1.       Escalabilidade Ilimitada:

Transcende a simples adição ou remoção de recursos, implicando ter a capacidade de se ajustar instantaneamente às flutuações do mercado, assegurando que a infraestrutura de TI esteja sempre alinhada com as metas de negócios em constante evolução. A escalabilidade da infraestrutura em nuvem possibilita que as empresas cresçam organicamente, sem restrições impostas pela infraestrutura física. Essa adaptabilidade não apenas atende às necessidades imediatas, mas também estabelece as bases para um crescimento sustentável a longo prazo.

2. Economia de custos:

A migração para a nuvem traz consigo uma mudança no paradigma financeiro das empresas. Ao optar por uma infraestrutura baseada em nuvem, os custos de capital relacionados a hardware, software e manutenção de infraestrutura são drasticamente reduzidos. O modelo de pagamento por uso permite que as empresas paguem apenas pelos recursos que realmente utilizam, resultando em uma eficiência financeira notável e maximizando o retorno sobre o investimento.

3. Flexibilidade operacional:

A agilidade, traduzida em capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças nas demandas do mercado, é fator crucial para a inovação. Com a migração para a nuvem, as organizações ganham a capacidade de implantar rapidamente novos recursos, testar novas funcionalidades e introduzir novas aplicações sem a rigidez das infraestruturas tradicionais. Criar um ambiente propício a experimentar, testar e implementar novas soluções, não apenas acelera os processos de desenvolvimento, mas também permite que as empresas respondam proativamente às oportunidades emergentes.

4. Segurança Reforçada:

A migração para a nuvem não apenas atende a padrões rigorosos de segurança, mas também proporciona uma camada adicional de proteção. Recursos como criptografia de dados, detecção de intrusos e gerenciamento de ameaças tornam a infraestrutura em nuvem uma opção mais segura do que as soluções on-premise tradicionais, permitindo mitigar riscos e garantir a integridade e confidencialidade de seus dados.

Próximo Capítulo: Desafios da Migração para a Nuvem

Por mais atraentes que sejam os benefícios, a lista de desafios é repleta de obstáculos. Vamos analisar mais detidamente as dificuldades a superar no processo de migração S/4HANA e formas de fazê-lo no próximo artigo.

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